A Tecnologia como personagem do cotidiano

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos

A tecnologia avança ao nosso redor, tornando-se cada vez mais presente e integrada ao nosso cotidiano. Aos poucos, nossas lâmpadas inteligentes — seja em casa, no escritório ou em um hotel — passam a acender e desligar por comando de voz ou rotinas programadas. E há também o aparelho mais amado e odiado: o ar-condicionado, protagonista de verdadeiras guerras frias.

Agora, ele se ajusta automaticamente e ativa funções com um simples comando de voz. Sem falar na cafeteira inteligente, que já deixa o café pronto; nos assistentes virtuais, que contam aquela piada e colocam nossa música; nas inteligências artificiais que nos ajudam em várias tarefas e no robô aspirador, que varre, limpa e até passa pano.

A cada nova invenção, nos surpreendemos, mas logo a novidade se torna parte do cotidiano.
E, às vezes, nem ficamos tão impressionados.
Ninguém mais se assusta ou fica desconfiado — exceto os gatos, claro, principalmente com o robô aspirador.

Tecnologia na arte: Por que a ficção não reflete o cotidiano tecnológico?

Nem sempre a ficção reflete a vida cotidiana, mesmo em tramas que buscam retratar o dia a dia.
Séries e filmes contemporâneos no geral ignoram essas tecnologias — a menos que o tema central seja justamente a tecnologia.

Isso acontece por falta de hábito? Por uma escolha narrativa?
Talvez para evitar facilitar demais os conflitos da trama?
Ou porque a presença dessas tecnologias tornaria a história artificial?

Mas, vendo por esse lado, já resolvemos isso com os celulares, não? Quando o protagonista precisa ficar incomunicável, a bateria geralmente acaba, o sinal desaparece… ou alguém pega o aparelho e o esconde.

Uma ideia viajada? A tecnologia no cenário

E vamos ver mais lados: para que inserir objetos tecnológicos talvez desnecessários na cena? Mas, se formos por esse caminho, teríamos que questionar a presença de uma mesa sem utilidade aparente ou ou de uma escada que nunca será usada para algo relevante na história.
Não é mesmo, tia Nazaré?! Ela sabe dar outras utilidades
Olha só o destino, juntando duas senhoras neste crossover.. (risos)


Quando um robô aspirador ou um comando de voz para acender as luzes aparece em uma produção,
geralmente é porque a tecnologia é protagonista.

Se a trama é sobre o mundo da música e gira em torno de um triângulo amoroso, por exemplo, e, de repente, surge um aparelho ‘diferentão’ na cena, logo aparecem comentários como:
“Pra quê isso?”
“Deve ser publicidade disfarçada.”


Sim, claro que é necessário. E tudo bem! A tecnologia pode ser estar de forma contextualizada e natural, parte do cenário, sem precisar salvar ninguém ou ser o centro da história.

Um universo analógico no digital

No metaverso corporativo e nos games algo parecido acontece.
Parece que usamos o digital para reproduzir o mundo analógico dentro do virtual, sem mostrar sua própria linguagem.

Mostrar cadeiras inteligentes e outros objetos nos cenários ou misturar carros autônomos e convencionais em um jogo ambientado em nossa época pode ser uma opção, não?
Perderia a graça, porque o personagem não dirigiria?
Mas por que não criar missões com ambas as opções coexistindo — como na realidade?

E agora hein… imagine NPCs treinando sem guardar os pesos da academia ?
Aliás, anda treinando? Uma corridinha pelo menos?
JÁ ESTÁ PRONTO?


Trazer a tecnologia de forma mais natural pode ser o caminho para perceber que, de fato, os tempos mudaram. Isso nos permite entender como ela se integra de maneira sutil ao nosso cotidiano, ao ponto de, paradoxalmente, nos tornarmos mais conscientes dela, mesmo quando parece quase invisível.

Essa abordagem não só reflete a evolução da sociedade, mas também nos oferece novas formas de criar histórias, conectar pessoas e, principalmente, estabelecer uma comunicação mais integrada e impactante com o público.

Nas próximas criações — seja um jogo, uma peça publicitária ou qualquer outro material — vamos exercitar essa visão e explorar essas possibilidades?


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